A santidade vos torna bela
Santidade é um
dos atributos comunicáveis de Deus e está dentro da categoria que a teologia
comumente denomina de atributos morais. "Qadesh" é o termo
hebraico para “ser santo” e deriva da raiz "qad", que
significa separar ou cortar e nos escritos veterotestamentário é empregado
essencialmente a Deus. Enquanto que, no Novo Testamente, o verbo grego "hagiazo"
é derivado de "hagios" e expressa primariamente a mesma ideia
de separação. Entende-se então, que o conceito primário de santidade, na
Escritura, consiste em uma posição ou relação existente entre Deus e uma
pessoa.
A santidade de
Deus em seu aspecto original expressa que Ele é absolutamente distinto da
criação e está acima dela em infinita magnificência (I Sm 2.2). Mas esse
atributo também apresente um caráter ético, que tem como ideia fundamental a de
separação (conforme os termos que são usados nas línguas originais), nesse
caso, separação do mal, ou seja, do pecado. Nessa perspectiva, usa-se a palavra
santidade para expressar a excelência moral de Deus, a pureza de Sua majestade.
Hodge tratando do assunto faz o seguinte comentário, sobre a cena do capitulo
seis de Isaías:
“Serafins cercam o trono e clamam dia e noite “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos”, expressando o sentimento de todas as criaturas racionais diante da pureza infinita de Deus. Eles representam todo o universo, ao oferecer esta perpétua homenagem à santidade divina. É por causa de Sua santidade que Deus é um fogo consumidor. E foi a visão de sua santidade que levou o profeta a exclamar: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos” (Is. 6.5)
Deus tem
revelado sua santidade em sua Lei moral, implantado na consciência dos homens,
na revelação especifica (a Escritura), em Jesus Cristo, a mais elevada
manifestação de Sua santidade, e por fim na Igreja, esta sendo o corpo de
Cristo, deve necessariamente refletir Seu caráter santo. A regeneração confere
a pessoa uma nova vida que não será mais subjugada pelo pecado e o ensino do
Novo Testamento é para que a nossa santificação aumente no decorrer da
caminhada cristã, muito embora, ela nunca se complete nesta vida. A Confissão
de Fé de Westminster no Cap. XIII parágrafo II, faz a seguinte declaração:
“Esta santificação é no homem todo, porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a carne lutando contra o espírito e o espírito contra a carne. (Ref. I Tess. 5:23; I João 1:10; Fil. 3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11.)”
Ainda que a
santificação não seja perfeita enquanto aqui vivermos ela deve progredir. Paulo
escrevendo aos cristãos da cidade de Corinto, em sua segunda carta, expressou
essa realidade progressiva, dizendo que “todos nós [...] somos transformados,
de glória em glória, na sua (Cristo) própria imagem” (II Co 3.18), isso porque
a santificação, gradualmente, nos conforma a imagem de Jesus Cristo. Comentando
sobre esse versículo Calvino asseverou que:
“...O propósito do Evangelho é a restauração da imagem de Deus em nós, a qual fora cancelada pelo pecado... Esta restauração é progressiva e prossegue ao longo de toda nossa vida, porque Deus faz sua glória brilhar em nós paulatinamente.”
De acordo com o
ensinamento Escriturístico, a principal evidencia de que alguém esta em uma
união vital com Cristo é esse processo de conformidade ao Seu caráter santo. A beleza
de uma vida santa é tão importante para Deus, que a Bíblia nos diz que Jesus
amou a igreja a ponto de morrer por ela “para a santificar (ou seja, separar
para Si), purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar
a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas
santa e irrepreensível.” (Ef 5:25-27). Ele deu Sua vida para desposar uma noiva
linda que reflete Sua glória na beleza da santidade. Calvino, apropriadamente,
coloca nesses termos:
“Como a formosa figura da esposa é uma das causas do amor, assim Cristo adorna a Igreja, sua esposa, com santidade como um penhor de seu beneplácito. Esta metáfora alude ao matrimônio; mas em seguida ele descarta a figura, e diz claramente que Cristo reconciliou a Igreja consigo mesmo, para que ela fosse santa e irrepreensível. A genuína beleza da Igreja consiste nessa castidade conjugal, ou seja, em santidade e pureza.”
A igreja carrega
a beleza de Cristo em todos os aspectos que ela exibe do Seu caráter. As
mulheres, como parte dessa igreja, devem igualmente manifestar a beleza do
Salvador em suas vidas. A santidade vos torna bela, porque ao crescerem na
santificação vocês são conformadas a Imagem dAquele de onde emana toda a beleza
existente no universo. Jesus Cristo é a fonte de toda a formosura, Ele é
infinitamente belo em Si mesmo e todas as coisas que são belas, assim são, por
causa dEle. Portanto, as pessoas mais bonitas que podem existir nesse mundo,
são aquelas que se assemelham a Ele, que foram recriadas nEle, para serem
conformadas a imagem dEle (Rm 8.29).
O que torna uma
mulher bonita e admirável é a vida de Deus que foi gerada nela através da obra
regeneradora do Espírito Santo e que se manifesta por meio da pureza,
expressada em sua maneira de se vestir, como trata as pessoas, nos
relacionamentos, na obediência aos mandamentos do Senhor, na maneira como se
comporta com os homens, na forma de falar e em todos os aspectos da sua
existência.
Mulheres
cristãs, vocês devem espelhar a beleza do Senhor, porque isso Lhe é agradável e
Seu Grande e Admirável Nome é glorificado entre os homens. Quanto mais vocês
parecerem com Ele em santidade, mais de Sua beleza será impressa em seus
espíritos. Mas para isso acontecer, vocês devem viver em doce comunhão com essa
Fonte de Beleza, se negligenciamos as atividades espirituais, a intimidade com
o Senhor será prejudicada e nós é que sairemos perdendo, pois ficaremos
privadas de tão grande prazer e deleite, seremos mulheres superficiais, e por
não manifestarmos aquela beleza que não pode perecer, nós tornamos obcecadas
com a aparência física como se a nossa vida dependesse da roupa que vestimos,
do perfume ou da maquiagem que usamos. Essas coisas nos são permitidas, mas não
podem de maneira nenhuma se tornarem mais importantes que os exercícios
espirituais, invista o dobro do tempo que você gasta com sua aparência física
em comunhão com Jesus Cristo, passe muito tempo em conversa com Ele, se
aproxime cada vez mais dEle, pois quanto mais perto você estiver dessa Beleza
Eterna mais dEle ficará em você.
Medite em Sua
Palavra, é nela que Ele te ensina a viver de modo digno dEle, ame a Escritura,
nela está a sabedoria, faça dela a sua conselheira. Busque essa beleza que o
tempo não pode destruir, mas o contrario, com o passar do tempo ela aumenta de
gloria em gloria na imagem daquele é Santo e Glorioso. Assim, em ti a beleza
radiante do Eterno Filho de Deus brilhará e tu serás não apenas bela, mas
também agradável aos olhos de Deus e dos homens.
Sonaly Soares
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HODGE, Charles.
Teologia Sistemática. 1ª ed. São Paulo: Hagnos, 2001.
CALVINO, João.
II Coríntios: Série - Comentários Bíblicos. 1ª ed. São José dos Campos: Fiel,
2008.
Amem!!ameii esse texto!!que Deus abencoe vc!!e continue te dando essa sabedoria pra escrever assim!!parabens!!que todos os textos seja honra e gloria do pai!!que Deus te abencoe!!👏🙏
ResponderExcluirAmém! Glória ao Senhor Jesus.
ResponderExcluirAgradecemos por suas palavras, são um encorajamento.
Deus te abençoe em Cristo!
Texto lindo...como nós mulheres precisamos ser confrontadas com verdades desta grandeza. Que Deus tenha misericórdia das mulheres deste século.
ResponderExcluirOlá, Angelita!
ExcluirVerdade, precisamos muito sermos conformadas a vontade santa de Deus.
O Senhor te abençoe.
Sempre leio e curto as mensagens edificantes da página no face.
ResponderExcluirOlá, Vera!
ExcluirO Senhor seja louvado por sua edificação.
Deus te abençoe. Um grande abraço!